Imersão em Contos

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Prolegômeno

          Meus olhos lentamente se abriram nessa noite clara de verão. Escuto algo lentamente começando a vibrar próximo ao meu ouvido. As imagens que meu subconsciente criou durante o tempo em que, entre devaneios construí meus sonhos, como uma névoa dissipam-se em minha frente.
          Em poucos segundos recobro completamente os sentidos, e só então paro para pensar o que seria essa vibração. Começo a tatear no escuro em busca esse barulho incômodo, quando logo percebo o que causa isso.
          Puxando meu celular para bem perto dos olhos que ainda tentam se adaptar à essa claridade, consigo focar no visor, onde infelizmente consigo apenas ler “Número Confidencial”.
- Alô ?! - falo, com uma voz rouca, de sono.
- Está em casa? - diz uma voz, demonstrando grande apreensão no tom.
          Não perco mais do que alguns segundos para perceber de quem era aquela voz. Como poderia deixar de reconhecer a voz de minha melhor amiga Luna.
- Por favor, vem aqui na minha casa... Alguma coisa deu muito errado - Fala ela, já em tom de choro e desespero.
- Nossa, se acalma, estarei aí em alguns minutos, mas o que houve?
- É que...
          Click. A bateria do celular termina. Levanto rapidamente, vou até o banheiro passar uma água na cara, visto uma roupa leve, pego as chaves do carro e saio em direção à casa dela, muito preocupado com o que poderia estar acontecendo. Sabendo seu histórico de tentativas de suicídio, e overdoses de remédios com bebidas, piso fundo no acelerador, pois algo muito ruim parecia estar à caminho.
          Chegando à casa dela percebo que está um pouco diferente da casa que conheci antes. Confesso que fazia algum tempo que não vinha até aqui, mas esse ar sombrio, dado pelas janelas fechadas e luzes apagadas me preocupa muito mais do que talvez precisasse.
          Desço do carro, embarrando um pouco meu tênis, chego à porta e dou uma batida seca e forte, que ouço ecoar pela casa.
          Ninguém aparece...
          Bato várias vezes mais forte, porém recebo o mesmo resultado.
          Depois de alguns minutos o que ainda me chateia é o silêncio que paira por detrás daquelas paredes.       Não consigo parar de andar de um lado para outro apreensivo. O que fazer?! Não acho outra solução que não seja arrombar a porta.
          Dou alguns passos para trás. Respiro fundo. O desespero dela ainda ecoando na minha mente. Olho para a porta, ela parece não aguentar muito peso. Começo a correr, viro o rosto e seguro meu braço forte, para aguentar o tranco, fecho os olhos e sinto o baque da porta, que se abre no instante em que toco nela. Talvez se eu não tivesse esquecido da brilhante idéia de verificar se a porta já não estivesse aberta, teria sido bem mais fácil. Ainda embalado, abro os olhos, e percebo a escuridão inundando a sala, ao mesmo tempo em que sinto meus pés tocando em algo, fazendo-me perder o equilíbrio, e a última coisa que vejo antes de desmaiar com a pancada na cabeça dada graças à quina da mesa de centro que não podia estar em outro lugar senão ali, é alguém parado na porta da cozinha entreaberta, que parecia estranhamente olhar para mim...


Assim foi tecido o primeiro fio na teia da historia, e é assim que ela começa. Alguns dias depois, a casa foi novamente aberta, mas dessa vez pelas autoridades. Os relatos que seguirão ao longo dos dias serão reproduzidos fielmente da maneira em que foram encontrados. Fiquem calmos, analisem todos os detalhes no texto, a fim de entenderem exatamente o que está acontecendo. Inunde sua mente com os relatos, e aguardem para captar o horror que está por vir.

Inicia-se uma nova sério aqui no Depósito de Contos, chamada Imersão em Contos... Convidamos à todos os leitores para acompanhar a história, e comentar os capítulos. Um novo sistema de imersão será apresentado à todos os leitores conforme a trama vai avançando. Essa série contará com a ajuda de meus dois amigos Luis e Paulo [Tio], e logo entenderão o porquê. Espero que gostem...

Próximo capítulo: O Despertar

3 Comentários:

Tio disse...

coméééééééça a zona
xD

MeU BloG disse...

espero que isso continue, não como as outras coisas apenas começadas.... >.< Querooo saber o restoooo

Cesar Lee disse...

Legal, você tem habilidade com as palavras. O texto tá muito bem escrito. Pena que a ansiedade faz a gente querer saber logo o resto da história. Mas vamos aguardar. parabéns.