A última folha caiu da árvore. Aquela grande folha marrom de plátano suavemente bailava até tocar o solo. Era o fim do Outono. Os campos, antes verdejantes e cheios de margaridas e copos-de-leite, logo ficaram marrons. A geada terminava de pintar a paisagem com cores completamente sem vida. E aquele velho homem sabia o que isso significava. Ele esperava por esse momento por doze invernos. O crepúsculo se aproximava. Chegava a ser uma blasfêmia pensar sobre o que devia ser feito. Já tinha separado algumas poucas provisões, afinal o peso não era um aliado em potencial. Também separou algumas garrafas de água e um canivete, que era uma ferramenta imprescindível naquela jornada. Agradecia cada dia pelos suíços terem inventado um artefato tão incrível como aquele. O vento começou a soprar mais forte. - A hora se aproxima - pensa ele enquanto termina de dobrar alguns pedaços de pano que em algum momento talvez foram chamados de vestes novas, mas que agora nada além de trapos para cobrir-se quando os primeiros flocos de gelo começassem a cair. Chegava a sentir calafrios cada vez que pensava as dificuldades que tinha certeza que passaria. Mas não havia problema, ele tinha feito cada passo que deveria dar em sua mente.
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