sexta-feira, 7 de maio de 2010
A lua está cravada no céu nessa noite da celebração do Dia de Reis, fato que fez com que ao menos metade daquela pequena cidade veio reunir-se na rua central, bebendo e fazendo alguns jogos, o que sempre foi tradição a esta época do ano. A passagem dos três magos por Belém trazia alegria apenas ao pensar na bela passagem bíblica que narra o fato.
E aqui estou eu. Na mão, uma caneca de Posca, que também fazia parte da tradição, afinal estávamos falando de uma festa atualmente bíblica para a maior parte do mundo. Tudo está aparentemente na mais perfeita ordem. A rua, por ser a central, é também a mais larga da cidade. As ruas caberiam seis bigas romanas lado a lado. Inclusive o revestimento parecia o dos antigos romanos. As pedras brancas demarcavam a quadra à frente da prefeitura, cercada por árvores e algumas casas dos ilustres habitantes da cidade, a maioria com dois pisos e um jardim enorme na frente. E numa dessas casas estão os senhores da família mais tradicional da cidade, ressaltado todo seu prestígio e fortuna em cada barriga avantajada as quais eram constantemente estapeadas a cada boa cartada, seguida de outro gole, e um irritante arroto; as velhas beatas da casa alta de três pisos ao lado da prefeitura estão em seu canto, meio isoladas do resto, fofocando sobre cada traje vestido por cada habitante da cidade, mesmos seus vestidos não sendo um primor da moda, nem dos mais modernos cemitérios; as crianças correndo com suas máscaras que deveriam causar um certo pavor, mas que a maioria das pessoas apenas fingem morrer de medo para não acabar com a ilusão infantil, além do resto das tradicionais famílias que não são especiais o suficiente a ponto de serem citadas individualmente, conversando e bebendo, sem muito interesse no resto.
Tudo cansativamente no seu devido lugar. Aparentemente...
Estamos aguardando pacientemente a próxima atração da noite, onde os jovens garotos que ainda não debandaram para as grandes metrópoles, iriam fazer no pequeno palco armado no centro da rua, o qual o tema ainda desconhecíamos.
As garotas já estão preparadas, com seus lençóis em volta do corpo, imitando túnicas, todas elas muito bonitas, com suas idades não passando dos 21 anos. Agora, a única coisa que consigo pensar é que elas devem estar representando mulheres que viveram 2000 anos atrás.
Todas as poucas pessoas que estão realmente prestando atenção, já demonstram impaciência com a demora da ala masculina pra iniciar o teatro.
Nossa espera é recompensada com uma música de suspense vindo de algum toca-fitas ligado por trás do palco. Logo chegam os garotos. Todos com roupas brancas, e usando máscaras também brancas que cobriam completamente o rosto, por exceção dos olhos e do nariz. Todos eles portando tochas com mastros altos, gerando bastante iluminação. Então, subitamente as tochas se apagam, e eles se ajoelham formando um quadrado de aproximadamente 12 pessoas. No momento em que todos começam a bater palmas pela entrada triunfal, um deles se levanta e estala as mãos em uma palma alta, e na mesma hora todas as luzes da cidade se apagam. Começa o murmúrio, afinal mesmo com a lua no céu, por ser uma rua cheia de árvores, não é uma luz que possa gerar uma grande visão. Então eu percebo de relance ele se ajoelhar novamente e então todos ficam de pé ao mesmo tempo acendendo suas tochas com estalos de dedos. Nessa hora todos começam a dar passos curtos um tomando o lugar de outro, desfazendo o quadrado e começando a formar um círculo, batendo os pés e cantando uma musica não identificável, gerando uma certa ansiedade nas pessoas. Todos começam a se aproximar da fonte de luz do local, e rodeiam o palco. O círculo de vozes e passos começa a aumentar sua velocidade batendo a ponta do mastro da tocha no chão a cada sete vocábulos. Apreensão no local. Apesar disso todos parecem hipnotizados olhando aquela estranha dança... inclusive eu.
No momento que o círculo parece atingir o seu ápice, um dos garotos se desprende daquela dança cíclica e vai pro meio deles, empunhando um cálice que provavelmente deve conter a mesma posca que estamos tomando. Então em ao mesmo tempo em que pega algo que, com a luz fraca poucos conseguem perceber o que parece um punhado de sementes, pega o cálice e toma um gole daquela bebida e cai no chão, no meio do palco. O círculo se fecha nele, impossibilitando ver qualquer coisa que pudesse estar acontecendo ali no meio. Então as tochas novamente se apagam. Meu coração começa a bater mais forte, e parece que não estou sozinho nisso, pois muitas pessoas parecem bem nervosas. De algum modo a vibração daquela música nos deixou atônitos. Ainda mais agora que as luzes novamente se apagaram.
Então o improvável sorriu na noite e as coisas começaram a acontecer...
Daquela escuridão do meio do palco, começamos a ver de leve uma luz. Fraquinha no começo. A Cidade estava em silêncio. Até as velhas beatas pareciam que estava querendo fotografar com os olhos cada segundo do acontecimento, para comentarem antes da oração vespertina. Então a luz começou a aumentar lentamente... começo a ouvir sussurros vindo do meio daquele círculo branco. No começo pareciam gemidos, que começaram a se intensificar junto com a luz. Então eles começam a andar novamente rodeando, porém muito mais juntos, ainda impossibilitando perceber nem de onde vem aquela luz que está se extendendoproteção ocular, volto meus olhos para o centro do palco e vejo a coisa mais incrível e ao mesmo tempo mais terrível que meus olhos já presenciaram...
Continua...
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Bom pessoal... por enquanto é só. Estou em semana de provas, e tá difícil atualizar aqui... mas logo tudo volta ao normal. Aguardem e verão a continuação do conto de hoje :).
E comentem. Se ninguém comentar é sinal de que ninguém leu OU de que ninguém quer saber o que vem por aí :)...
Abraços amiguinhos...
Aproveitando, pra quem ainda não viu, a nova sessão do blog Sobre o Autor. Se alguém quiser participar fique à vontade...
Até a continuação do conto...
:*
lol
E aqui estou eu. Na mão, uma caneca de Posca, que também fazia parte da tradição, afinal estávamos falando de uma festa atualmente bíblica para a maior parte do mundo. Tudo está aparentemente na mais perfeita ordem. A rua, por ser a central, é também a mais larga da cidade. As ruas caberiam seis bigas romanas lado a lado. Inclusive o revestimento parecia o dos antigos romanos. As pedras brancas demarcavam a quadra à frente da prefeitura, cercada por árvores e algumas casas dos ilustres habitantes da cidade, a maioria com dois pisos e um jardim enorme na frente. E numa dessas casas estão os senhores da família mais tradicional da cidade, ressaltado todo seu prestígio e fortuna em cada barriga avantajada as quais eram constantemente estapeadas a cada boa cartada, seguida de outro gole, e um irritante arroto; as velhas beatas da casa alta de três pisos ao lado da prefeitura estão em seu canto, meio isoladas do resto, fofocando sobre cada traje vestido por cada habitante da cidade, mesmos seus vestidos não sendo um primor da moda, nem dos mais modernos cemitérios; as crianças correndo com suas máscaras que deveriam causar um certo pavor, mas que a maioria das pessoas apenas fingem morrer de medo para não acabar com a ilusão infantil, além do resto das tradicionais famílias que não são especiais o suficiente a ponto de serem citadas individualmente, conversando e bebendo, sem muito interesse no resto.
Tudo cansativamente no seu devido lugar. Aparentemente...
Estamos aguardando pacientemente a próxima atração da noite, onde os jovens garotos que ainda não debandaram para as grandes metrópoles, iriam fazer no pequeno palco armado no centro da rua, o qual o tema ainda desconhecíamos.
As garotas já estão preparadas, com seus lençóis em volta do corpo, imitando túnicas, todas elas muito bonitas, com suas idades não passando dos 21 anos. Agora, a única coisa que consigo pensar é que elas devem estar representando mulheres que viveram 2000 anos atrás.
Todas as poucas pessoas que estão realmente prestando atenção, já demonstram impaciência com a demora da ala masculina pra iniciar o teatro.
Nossa espera é recompensada com uma música de suspense vindo de algum toca-fitas ligado por trás do palco. Logo chegam os garotos. Todos com roupas brancas, e usando máscaras também brancas que cobriam completamente o rosto, por exceção dos olhos e do nariz. Todos eles portando tochas com mastros altos, gerando bastante iluminação. Então, subitamente as tochas se apagam, e eles se ajoelham formando um quadrado de aproximadamente 12 pessoas. No momento em que todos começam a bater palmas pela entrada triunfal, um deles se levanta e estala as mãos em uma palma alta, e na mesma hora todas as luzes da cidade se apagam. Começa o murmúrio, afinal mesmo com a lua no céu, por ser uma rua cheia de árvores, não é uma luz que possa gerar uma grande visão. Então eu percebo de relance ele se ajoelhar novamente e então todos ficam de pé ao mesmo tempo acendendo suas tochas com estalos de dedos. Nessa hora todos começam a dar passos curtos um tomando o lugar de outro, desfazendo o quadrado e começando a formar um círculo, batendo os pés e cantando uma musica não identificável, gerando uma certa ansiedade nas pessoas. Todos começam a se aproximar da fonte de luz do local, e rodeiam o palco. O círculo de vozes e passos começa a aumentar sua velocidade batendo a ponta do mastro da tocha no chão a cada sete vocábulos. Apreensão no local. Apesar disso todos parecem hipnotizados olhando aquela estranha dança... inclusive eu.
No momento que o círculo parece atingir o seu ápice, um dos garotos se desprende daquela dança cíclica e vai pro meio deles, empunhando um cálice que provavelmente deve conter a mesma posca que estamos tomando. Então em ao mesmo tempo em que pega algo que, com a luz fraca poucos conseguem perceber o que parece um punhado de sementes, pega o cálice e toma um gole daquela bebida e cai no chão, no meio do palco. O círculo se fecha nele, impossibilitando ver qualquer coisa que pudesse estar acontecendo ali no meio. Então as tochas novamente se apagam. Meu coração começa a bater mais forte, e parece que não estou sozinho nisso, pois muitas pessoas parecem bem nervosas. De algum modo a vibração daquela música nos deixou atônitos. Ainda mais agora que as luzes novamente se apagaram.
Então o improvável sorriu na noite e as coisas começaram a acontecer...
Daquela escuridão do meio do palco, começamos a ver de leve uma luz. Fraquinha no começo. A Cidade estava em silêncio. Até as velhas beatas pareciam que estava querendo fotografar com os olhos cada segundo do acontecimento, para comentarem antes da oração vespertina. Então a luz começou a aumentar lentamente... começo a ouvir sussurros vindo do meio daquele círculo branco. No começo pareciam gemidos, que começaram a se intensificar junto com a luz. Então eles começam a andar novamente rodeando, porém muito mais juntos, ainda impossibilitando perceber nem de onde vem aquela luz que está se extendendoproteção ocular, volto meus olhos para o centro do palco e vejo a coisa mais incrível e ao mesmo tempo mais terrível que meus olhos já presenciaram...
Continua...
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Bom pessoal... por enquanto é só. Estou em semana de provas, e tá difícil atualizar aqui... mas logo tudo volta ao normal. Aguardem e verão a continuação do conto de hoje :).
E comentem. Se ninguém comentar é sinal de que ninguém leu OU de que ninguém quer saber o que vem por aí :)...
Abraços amiguinhos...
Aproveitando, pra quem ainda não viu, a nova sessão do blog Sobre o Autor. Se alguém quiser participar fique à vontade...
Até a continuação do conto...
:*
lol
3 Comentários:
eu digo que é um gordo dançando discoteca... =XXX
Olá, Álisson!
Agora quem quer bater em alguem sou eu em você, hehehehehe. O que o cidadão viu de tão terrível? hehehehe!
Excelente, como sempre! Aguardo a continuação e boas provas, ;)
Abração!
Hey Andres, me inspirei no teu blog pra postar isso huahaua... :P...
Faltam 2 provas ainda... :(.. mas semana q vem já ta tranquilo.. obrigado pela visita. abraços!
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