quarta-feira, 1 de junho de 2011
Lá estava eu. Sentado em frente ao computador, lendo sobre como é importante passar para o papel os personagens antes de começar a escrever. Nunca dei realmente muita atenção pra isso, pois meus personagens são formados de relâmpagos de inspiração que saltam na minha mente.
Eu sabia que a inspiração estava ali, na ponta dos dedos. Tinha tido um desses flashes alguns minutos antes e sabia que logo a cena iria se formar. A paciência é uma grande virtude numa hora como essa. E comigo realmente não era diferente.
Então as frases começaram a se desenhar como em uma sopa de letrinhas...
“...Ela com os cabelos recém saídos de um gostoso banho morno, aquele cheiro de shampoo de frutas solto no ar, invadindo minhas narinas e fazendo com que a adrenalina jorrasse meu sangue cada vez mais rapidamente para o meu corpo, fazendo com que meus pensamentos não mais me obedecessem, de fronte àqueles olhos castanho escuro...”
E quando terminei o parágrafo a cena se desfez. A dificuldade de criar contos é justamente a de que a história nunca fica clara na cabeça. As cenas são construídas quadro a quadro, e sem qualquer indício de começo ou fim, um instante qualquer perdido no tempo é o argumento chave para a criação de uma quantidade qualquer de folhas necessárias para a descrição do que está acontecendo.
Minha mente nunca foi privilegiada com o dom de criar traços e fazer com que a cena na cabeça se transformasse em uma cena impressa em papel. Talvez por isso cada detalhe torna-se fundamental, e em cada lampejo de imagem precisa ser gravado na íris, podendo ser percorrido e analisado profundamente para criar uma atmosfera que consiga envolver a cada palavra.
Opa, sinto a inspiração novamente bater na porta do cérebro... o transe recomeça...
“...Quando ela se virou, o líquido de seus cabelos ainda molhados se concentrou vagarosamente na pontinha do fio mais agudo dos seus longos cabelos escuros. Uma gotícula se formou em cada ponta próxima, que se estendiam rebeldemente em volta do seu corpo, um pouco abaixo dos seios. Com essa união, a pequena umidade começou a se tornar uma grossa gota de água, que ao tocar sua pele desprendeu-se da imensidão negra dos cabelos e começa um lento deslize através dos pequeninos pêlos loiros, que apenas são enxergados se vistos através da luz do sol, e praticamente não tocam sua macia pele branca.
Completamente hipnotizado pelo patinar daquela gotinha, que deixava um sutil rastro líquido enquanto descia pelo meio da proteção feita pela toalha branca, não conseguia nem prestar atenção que a esta hora meu coração já pulsava praticamente no meio da garganta. Movido apenas pelo calor do momento, sem pensar em mais nada dei dois passos até chegar à frente dela, e me abaixei, deixando apenas meu joelho direito tocar o chão, e instintivamente, levei minhas mãos para detrás das pernas dela, tocando com cada palma, as costas da coxa contrária, e, em câmera lenta, aproximei minha face da barriga dela, encostando a ponta do nariz um palmo acima do umbigo, aonde podia-se ver o rastro de água, e estiquei a minha língua, tocando exatamente no ponto onde a gotinha desgarrada estava passando.
Percebendo o seu espanto e a tentativa de afastar-se, segurei com mais força nas pernas, trazendo-a para mais perto de mim, comecei a fazer o caminho inverso. Como se aquele rastro deixado no meio do corpo dela fosse uma afronta, fiz com que minha língua subisse cada centímetro desde o abdômen, e então notei que se formavam pequenas bolinhas, típico de alguém que começava a render-se aos arrepios que desde que a toquei era possível notar, subindo desde a base das costas, e que agora já deixava eriçados os pêlos das coxas e da barriga.
Fui subindo, dobrando a largura do caminho que refiz, pois agora quem percorria era minha língua, seguida de meus lábios, e fui também abandonando a posição de joelhos e levantei-me, subindo também minhas mãos, chegando até o início da bunda dela, e passando por toda aquela curva perfeita delineada divinamente, marcada apenas na parte da frente, no pequeno delta da calcinha fio-dental que estava usando, pois na parte de trás não percebia-se nada.”
Maldição! Justamente quando iria começar a ficar bom tudo virou névoa novamente. É hora de se concentrar e buscar à força no fundo do âmago o calor da cena que iria se desenvolver. A única coisa que consigo pensar é no próximo e provável passo, mas a previsibilidade nunca é algo a ser explorado.
Naquele dia percebi que a história não iria continuar. Seria provavelmente arquivada como tantas outras. Mas a dúvida sobre o que aconteceria com aquela garota permaneceu pairando pelo ar. Um final era necessário, mas não havia maneira de pensar em algo.
Então foi tudo abandonado. O conto parecia perdido.
Porém, como sempre acontecem nas boas histórias, algo inesperado acontece. E durante um simples trajeto até a faculdade, um lampejo vem seguido de um clarão defronte aos olhos. E aí, o desfecho estava lançado...
“...Os corpos não conseguiam se desencaixar. O bailar dos rostos se tocando e as expressões de prazer demonstravam o ápice do momento. O ritmo frenético do ato, fazendo o suor escorrer da minha testa e pingar sob o rosto dela, criando uma mistura de fluidos por todo o corpo, apenas aumentava o nosso desejo por aquele momento. As bocas se encontravam, enquanto meu braço subia desde a coxa dela, passando pela cintura e terminava erguendo seus braços até acima da cabeça, prendendo-a enquanto atacava seu pescoço com beijos e mordidas, fazia com que os pés se retraíssem em espasmos involuntários.
O momento estava chegando...
De uma vez só, viro-a e coloco encima do meu corpo, segurando firmemente na sua cintura, subindo a mão, passando pelos seios até encontrar sua nuca, puxando-a contra mim, terminando o movimento em um beijo demorado.
Em meio a arranhões no meu peito, ela começa a deslizar, subindo e descendo soltando gemidos contidos, ao tempo em que começo a sentir uma contração subindo da ponta do meu pé, esquentando cada centímetro do meu corpo.
Então os corpos explodem de uma vez só em um orgasmo intenso, fazendo-a puxar meu corpo em direção ao dela, passando suas unhas pelas minhas costas, e me deixando marcas que mais tarde perceberia que iriam ficar para sempre. Meu sangue começava a escorrer pelo lençol, o que aumentava meu prazer, enquanto o gozo dela estava se multiplicando a cada grito, que agora de contido não tinha mais nada.
Era chegada a hora. Aqueles olhos escuros me fitaram enquanto seus músculos ainda tentavam controlar os espasmos, e percebi que deveria concluir aquilo que me propus.
A adaga estava cuidadosamente colocada no vão entre a cama e o colchão.
Estico a mão e seguro-a pelo cabo, passando a língua na lâmina fazendo-a reluzir.
Então ela quase cai encima de mim, segurando-se apenas pela pouca força que ainda resta nos braços, me encarando com uma expressão de súplica.
O corpo dela, ainda encaixado ao meu é jogado para trás, e a tensão começa a preencher seu espírito. Seus punhos se fecham e dois socos são desferidos no colchão, além de um grito agudo. Nesse momento eu sabia que a dor começaria a se tornar insuportável. A transformação estava se iniciando.
Recordo-me de suas palavras suplicando para que impedisse o ritual de se concluir. Sua alma era doce, e só porque tinha a vendido não quer dizer que tenha que causar o mau para o qual estava destinada.
Concordei com lágrima nos olhos, sabendo o que teria que fazer...
Retorno de meus pensamentos com aquela expressão de horror na face dela, pedindo-me para pôr um fim naquilo. Eu não poderia demorar mais. O tempo agora se esgotava rapidamente.
Puxo a adaga para o meu peito, segurando no cabo e virei a lâmina em direção ao peito dela, que agora se aproximava em mais um baque em seu corpo. Pela pequena distância que estávamos nesse momento, a ponta já começava a fazer um pequeno furo na sua pele.
Recuperando momentaneamente o olhar terno e doce, estica o rosto em direção ao meu ouvido e sussurra, em uma voz quase irreconhecível... Eu te amo... E sua boca colou na minha em um demorado beijo, fazendo as lágrimas escorrerem pela minha face. Então sinto seus braços perdendo a força, seu corpo caindo em direção ao meu, e a adaga trespassando seu coração.
Com o sangue quente que brotava da ferida aberta, unido ao choro, antes contido, que agora era liberto, giro o punhal da adaga e uma lâmina oculta no cabo se liberta. Uma alma só não é o suficiente para impedir, você me disse, e estou aqui para cumprir o que prometi. Então grito com todas as forças, enquanto abro os braços e deixo o peso do seu corpo, já sem vida, cravar a lâmina contrária em meu peito nu: Eu também te amo, Tay!”.
Eu sabia que a inspiração estava ali, na ponta dos dedos. Tinha tido um desses flashes alguns minutos antes e sabia que logo a cena iria se formar. A paciência é uma grande virtude numa hora como essa. E comigo realmente não era diferente.
Então as frases começaram a se desenhar como em uma sopa de letrinhas...
“...Ela com os cabelos recém saídos de um gostoso banho morno, aquele cheiro de shampoo de frutas solto no ar, invadindo minhas narinas e fazendo com que a adrenalina jorrasse meu sangue cada vez mais rapidamente para o meu corpo, fazendo com que meus pensamentos não mais me obedecessem, de fronte àqueles olhos castanho escuro...”
E quando terminei o parágrafo a cena se desfez. A dificuldade de criar contos é justamente a de que a história nunca fica clara na cabeça. As cenas são construídas quadro a quadro, e sem qualquer indício de começo ou fim, um instante qualquer perdido no tempo é o argumento chave para a criação de uma quantidade qualquer de folhas necessárias para a descrição do que está acontecendo.
Minha mente nunca foi privilegiada com o dom de criar traços e fazer com que a cena na cabeça se transformasse em uma cena impressa em papel. Talvez por isso cada detalhe torna-se fundamental, e em cada lampejo de imagem precisa ser gravado na íris, podendo ser percorrido e analisado profundamente para criar uma atmosfera que consiga envolver a cada palavra.
Opa, sinto a inspiração novamente bater na porta do cérebro... o transe recomeça...
“...Quando ela se virou, o líquido de seus cabelos ainda molhados se concentrou vagarosamente na pontinha do fio mais agudo dos seus longos cabelos escuros. Uma gotícula se formou em cada ponta próxima, que se estendiam rebeldemente em volta do seu corpo, um pouco abaixo dos seios. Com essa união, a pequena umidade começou a se tornar uma grossa gota de água, que ao tocar sua pele desprendeu-se da imensidão negra dos cabelos e começa um lento deslize através dos pequeninos pêlos loiros, que apenas são enxergados se vistos através da luz do sol, e praticamente não tocam sua macia pele branca.
Completamente hipnotizado pelo patinar daquela gotinha, que deixava um sutil rastro líquido enquanto descia pelo meio da proteção feita pela toalha branca, não conseguia nem prestar atenção que a esta hora meu coração já pulsava praticamente no meio da garganta. Movido apenas pelo calor do momento, sem pensar em mais nada dei dois passos até chegar à frente dela, e me abaixei, deixando apenas meu joelho direito tocar o chão, e instintivamente, levei minhas mãos para detrás das pernas dela, tocando com cada palma, as costas da coxa contrária, e, em câmera lenta, aproximei minha face da barriga dela, encostando a ponta do nariz um palmo acima do umbigo, aonde podia-se ver o rastro de água, e estiquei a minha língua, tocando exatamente no ponto onde a gotinha desgarrada estava passando.
Percebendo o seu espanto e a tentativa de afastar-se, segurei com mais força nas pernas, trazendo-a para mais perto de mim, comecei a fazer o caminho inverso. Como se aquele rastro deixado no meio do corpo dela fosse uma afronta, fiz com que minha língua subisse cada centímetro desde o abdômen, e então notei que se formavam pequenas bolinhas, típico de alguém que começava a render-se aos arrepios que desde que a toquei era possível notar, subindo desde a base das costas, e que agora já deixava eriçados os pêlos das coxas e da barriga.
Fui subindo, dobrando a largura do caminho que refiz, pois agora quem percorria era minha língua, seguida de meus lábios, e fui também abandonando a posição de joelhos e levantei-me, subindo também minhas mãos, chegando até o início da bunda dela, e passando por toda aquela curva perfeita delineada divinamente, marcada apenas na parte da frente, no pequeno delta da calcinha fio-dental que estava usando, pois na parte de trás não percebia-se nada.”
Maldição! Justamente quando iria começar a ficar bom tudo virou névoa novamente. É hora de se concentrar e buscar à força no fundo do âmago o calor da cena que iria se desenvolver. A única coisa que consigo pensar é no próximo e provável passo, mas a previsibilidade nunca é algo a ser explorado.
Naquele dia percebi que a história não iria continuar. Seria provavelmente arquivada como tantas outras. Mas a dúvida sobre o que aconteceria com aquela garota permaneceu pairando pelo ar. Um final era necessário, mas não havia maneira de pensar em algo.
Então foi tudo abandonado. O conto parecia perdido.
Porém, como sempre acontecem nas boas histórias, algo inesperado acontece. E durante um simples trajeto até a faculdade, um lampejo vem seguido de um clarão defronte aos olhos. E aí, o desfecho estava lançado...
“...Os corpos não conseguiam se desencaixar. O bailar dos rostos se tocando e as expressões de prazer demonstravam o ápice do momento. O ritmo frenético do ato, fazendo o suor escorrer da minha testa e pingar sob o rosto dela, criando uma mistura de fluidos por todo o corpo, apenas aumentava o nosso desejo por aquele momento. As bocas se encontravam, enquanto meu braço subia desde a coxa dela, passando pela cintura e terminava erguendo seus braços até acima da cabeça, prendendo-a enquanto atacava seu pescoço com beijos e mordidas, fazia com que os pés se retraíssem em espasmos involuntários.
O momento estava chegando...
De uma vez só, viro-a e coloco encima do meu corpo, segurando firmemente na sua cintura, subindo a mão, passando pelos seios até encontrar sua nuca, puxando-a contra mim, terminando o movimento em um beijo demorado.
Em meio a arranhões no meu peito, ela começa a deslizar, subindo e descendo soltando gemidos contidos, ao tempo em que começo a sentir uma contração subindo da ponta do meu pé, esquentando cada centímetro do meu corpo.
Então os corpos explodem de uma vez só em um orgasmo intenso, fazendo-a puxar meu corpo em direção ao dela, passando suas unhas pelas minhas costas, e me deixando marcas que mais tarde perceberia que iriam ficar para sempre. Meu sangue começava a escorrer pelo lençol, o que aumentava meu prazer, enquanto o gozo dela estava se multiplicando a cada grito, que agora de contido não tinha mais nada.
Era chegada a hora. Aqueles olhos escuros me fitaram enquanto seus músculos ainda tentavam controlar os espasmos, e percebi que deveria concluir aquilo que me propus.
A adaga estava cuidadosamente colocada no vão entre a cama e o colchão.
Estico a mão e seguro-a pelo cabo, passando a língua na lâmina fazendo-a reluzir.
Então ela quase cai encima de mim, segurando-se apenas pela pouca força que ainda resta nos braços, me encarando com uma expressão de súplica.
O corpo dela, ainda encaixado ao meu é jogado para trás, e a tensão começa a preencher seu espírito. Seus punhos se fecham e dois socos são desferidos no colchão, além de um grito agudo. Nesse momento eu sabia que a dor começaria a se tornar insuportável. A transformação estava se iniciando.
Recordo-me de suas palavras suplicando para que impedisse o ritual de se concluir. Sua alma era doce, e só porque tinha a vendido não quer dizer que tenha que causar o mau para o qual estava destinada.
Concordei com lágrima nos olhos, sabendo o que teria que fazer...
Retorno de meus pensamentos com aquela expressão de horror na face dela, pedindo-me para pôr um fim naquilo. Eu não poderia demorar mais. O tempo agora se esgotava rapidamente.
Puxo a adaga para o meu peito, segurando no cabo e virei a lâmina em direção ao peito dela, que agora se aproximava em mais um baque em seu corpo. Pela pequena distância que estávamos nesse momento, a ponta já começava a fazer um pequeno furo na sua pele.
Recuperando momentaneamente o olhar terno e doce, estica o rosto em direção ao meu ouvido e sussurra, em uma voz quase irreconhecível... Eu te amo... E sua boca colou na minha em um demorado beijo, fazendo as lágrimas escorrerem pela minha face. Então sinto seus braços perdendo a força, seu corpo caindo em direção ao meu, e a adaga trespassando seu coração.
Com o sangue quente que brotava da ferida aberta, unido ao choro, antes contido, que agora era liberto, giro o punhal da adaga e uma lâmina oculta no cabo se liberta. Uma alma só não é o suficiente para impedir, você me disse, e estou aqui para cumprir o que prometi. Então grito com todas as forças, enquanto abro os braços e deixo o peso do seu corpo, já sem vida, cravar a lâmina contrária em meu peito nu: Eu também te amo, Tay!”.
1 Comentário:
Oi, meu nome é Augusto e cara, você escreve bem pra ca...
Também gosto de escrever, e desde semana passada estou postando um conto por dia em http://contospromissores.blogspot.comSe quiseres dar uma olhada, fico agradecido. De qualquer forma, ganhastes mais um seguidor.
Um abraço.
Postar um comentário